Autor: Samira Menezes –

 

Desde setembro de 2013, muita gente ultrapassou uma fronteira perigosa: a do nível saudável de colesterol. Segundo a nova orientação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, quem estiver com colesterol ruim (LDL) acima de 70 miligramas por decilitro de sangue será considerado um paciente com alto risco de problemas cardiovasculares – antes o limite desejável pelos próprios médicos era 100 miligramas por decilitro. A mudança surgiu por causa das estatísticas de doenças coronárias que surgiram nos últimos 10 anos. Constatou-se que mesmo quem estava na faixa satisfatória de LDL pode desenvolver doenças do coração.

Por ser isenta de colesterol, a alimentação 100% vegetariana é capaz de diminuir seus níveis em apenas seis semanas, garantem especialistas norte-americanos. Claro, em alguns casos o problema é genético e daí não tem muito o que fazer se não tomar remédio, mas o tipo de comida que vai para o prato vale para todos. Se de um lado os alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leite e derivados, contêm colesterol e nenhuma fibra alimentar, que ajuda o intestino a eliminar os excessos, por outro lado, os alimentos de origem vegetal têm colesterol zero e muitas fibras. “Pessoas que adotam uma alimentação vegana passam a diminuir até a necessidade de remédios para colesterol”, afirma o nutricionista Eduardo Corassa, autor do livro Saúde Frugal. Ele explica que além das fibras, os vegetais contêm substâncias conhecidas como fitoesteróis, que funcionam mais ou menos como fármacos no combate ao colesterol, com a vantagem de serem naturais e não terem efeitos colaterais.

“Cerca de 70% do colesterol é produzido pelo fígado. Os outros 30% vêm da dieta”, explica o endocrinologista Dr. Luciano Giacaglia. Só as fontes animais têm colesterol. Até mesmo frutos do mar e produtos que contenham ingredientes de origem animal, como maionese, iogurte e manteiga, têm colesterol. Nas carnes, ainda que se retire a pele e a gordura visível, haverá colesterol”, completa. Por isso, ele diz que é uma redundância quando se lê “sem colesterol” em embalagens de margarina, ou óleo vegetal. “Nenhuma gordura de origem vegetal contém colesterol”, observa o chefe do departamento de endocrinologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Tanta insistência assim em manter o nível de colesterol baixo tem um motivo: como não pode ficar circulando pelo sangue, quando está em excesso, o colesterol se deposita nas artérias e forma placas de gordura, que enrijecem as artérias e estreitam o caminho do sangue. Está montado então o palco para um derrame ou infarto.

O problema é que cada vez mais gente, inclusive crianças e adolescentes, está sofrendo de colesterol alto. Em 2012, 40% da população brasileira sofria desse mal. Mas isso não é tão surpreendente assim se você levar em conta, por exemplo, a quantidade de carne que se consome no Brasil: segundo o Ministério da Agricultura, em 2012, os brasileiros consumiram 37,4 kg de carne bovina, 43,9 kg de aves e 14,1 kg de carne suína per capita. Muito mais do que em 2011.

 

Reeducação do cardápio: Inclua no seu cardápio mais frutas e verduras de cores diferentes. As cores dos alimentos vegetais indicam a presença de diferentes vitaminas e de antioxidantes que podem prevenir doenças cardiovasculares.

Consuma castanhas, amêndoas ou nozes diariamente, mas com moderação. Assim como o azeite, o abacate e a semente de linhaça, as castanhas podem diminuir o LDL (colesterol ruim) e também a pressão arterial. Três castanhas-do-Brasil por dia, por exemplo, é o suficiente.

 

E ainda: 5 receitas que também previnem doenças do coração e pressão alta.

 

Leia na íntegra esta reportagem na Revista dos Vegetarianos edição 84

 

 

Confira também nesta edição:

 

– O poder dos temperos: Conheça 12 temperos que melhoram a sua saúde e não podem faltar na cozinha.

– Na hora certa: Nutrólogo dá dicas para seu intestino funcionar como um reloginho.

– 8 receitas da culinária internacional harmonizadas com vinho.

– Vitamina B12: Como garantir a vitamina essencial para o seu dia a dia.

– Alfarroba: Por que o chocolate feito com essa vagem é uma boa alterativa ao chocolate tradicional.